quinta-feira, 12 de março de 2020

Gedeão: poeta e cientista
Esta é a nossa pequena exposição com alguns poemas de António Gedeão. Tubos de ensaio misturam-se com relógios e camélias para ilustrar 6 poemas da sua extensa obra. Veremos se durante os próximos dias alguns destes poemas saltitarão de sala em sala!




Deixamos aqui um poema para atrair à visita:

  Lágrima de preta



Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.



A Lara, o Bernardo e o Rodolfo percorreram alguns espaços da nossa escola dando a conhecer este belíssimo poema de Gedeão. Obrigada aos alunos e à professora Irene Paquim que os ensaiou!


Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão

Sem comentários:

Enviar um comentário