quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Património Cultural revisitado...



Hoje mandam-se mensagens de amor por telemóvel, SMS ou mail… Outrora bordavam-se, durante longos serões, declarações de amor e lencinhos que eram oferecidos pela rapariga enamorado ao seu amado…







E fizemos uma viagem ao passado, à zona norte do País para saber a história de um património cultural que está a ser recuperado (com outras funções) nos nossos dias: os lenços de namorados.
















Na BE reviveram-se esses tempos… Leram-se quadras (emendaram-se os erros ortográficos) e, em vez de bordar, pintaram-se bonitos desenhos. Vejam algumas dessas pinturas:





BRINCANDO e APRENDENDO




Este dia de S. Valentim chegou mascarado com a folia do Carnaval… a interrupção das actividades lectivas, um domingo: tanto em tão poucos dias e amanhã recomeça de novo a escola.




Na sexta-feira, dia 12, a BE evocou o dia dos namorados com duas actividades: “O Cupido do Amor “(correio de cartas de amor) e “Lenços de Namorados, declarações bordadas a ponto pé de flor.”











O Cupido do Amor teve uma boa adesão… cerca de cinquenta cartas de amor que foram entregues na BE … A inspiração não foi grande, mas valeu a intenção. Colocadas as declarações em envelopes adequados ao efeito foi ver a professora bibliotecária Isabel Sousa transformar-se em Cupido (nem lhe faltaram as asinhas, a flecha é que se omitiu por poder causar ferimentos) e andar de sala em sala distribuindo as cartas…



Tanta emoção, vergonha e surpresa!




E vieram à memória os versos intemporais de Luís Vaz de Camões...


Sim! O autor de "Os Lusíadas" foi, igualmente, um homem que enalteceu o amor... Todos conhecem um verso dele (podem é não saber a autoria): Amor é fogo que arde sem se ver. estão a ver? Conhecem. Aqui fica o soneto completo:



Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;



É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?





domingo, 14 de fevereiro de 2010

ANIMAÇÃO e CULTURA

Como tínhamos dito no dia 11 de Fevereiro pusemos em marcha os

CINCO SENTIDOS DA PALAVRA



Foi tudo muito bem pensado pela professora Carla… nada deixado ao acaso e as turmas do 6º ano que participaram divertiram-se e aprenderam…






OUVIRAM, atentamente, e aprenderam que, para muitos meninos, todas as cores são o preto… e conviveram com a história de Helen Keller e a escrita em Braille… tactearam e, de olhos fechados, viram!












Depois repararam que “nem tudo o que parece é”; OLHARAM, de olhos bem abertos, e viram várias “coisas”, discutiram e chegaram a muitas e variadas conclusões… O cérebro andou num “virote” a ler nomes de cores escritas a cor diferente; desenhos de velhos que pareciam crianças… complicação e animação, foi o que foi!





A seguir veio o PALADAR. Provas de doces e amargos e muitas caretas. Palavras surgiram: batatas fritas; pizzas; arroz doce…




Num saco foram colocados objectos… e TACTEIA aqui, diz palavra acolá lá foram adivinhando o objecto…













Finalmente, chegou a vez do OLFACTO. Em frasquinhos foram colocados produtos de aromas intensos. Havia que descobrir… e associar uma memória cada um dos cheiros. E falou-se em filhoses e, novamente, no arroz-doce.






Os sentidos deram, então, lugar à escrita e em pequenos papéis coloridos escreveram frases sobre os sentidos trabalhados e…


Estenderam a roupa (leia-se papéis) numa corda, fixando-os com molas coloridas. O efeito foi este:





A equipa da BE deixa aqui um grande MUITO OBRIGADO ao professor Adérito que organizou os espaços e criou os vários desenhos para os SENTIDOS.




Vamos repetir esta brincadeira?

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Antes que o Carnaval chegue...







Esta semana vai ser de actividade intensa na nossa BE...
Aproxima-se o Carnaval... e, o Dia de S. Valentim comemora-se num domingo...
A Biblioteca não vai deixar passar em branco estas duas datas...

Antecipando o Carnaval para 11 de Março (5ª feira) vamos ter a actividade

OS CINCO SENTIDOS DA PALAVRA...





Vamos cheirar, degustar, ouvir, ver e tactear... Brincar com os sentidos e sugerir palavras. As turmas do 6ºano falar-vos-ão das traquinices que a equipa da BE lhes preparou.













Na sexta-feira, 12 de Fevereiro, e já que vamos de fim-de-semana prolongado vamos mostrar os nossos sentimentos àquela pessoa muiiiito especial!
O NOSSO AMOR e, porque não, o NOSSO AMIGO / A




Durante a semana vamos escrever uma carta de amor. E, na 6ª feira, a BE vai ser um CUPIDO DO AMOR e vai distribuir essas cartas...










Mas há mais. Vamos saber como há muitos anos atrás, no Minho, as mocinhas casadoiras se declaravm aos seus amados. Vamos ver e recriar LENÇOS DE NAMORADOS, declarações bordadas a ponto pé de flor!




Um grande poeta português, Álvaro de Campos, escreveu uma poesia muito engraçada sobre as

CARTAS DE AMOR

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)






Estejam atentos...

Os produtos finais vão para a Árvore das Palavras.


domingo, 7 de fevereiro de 2010

Rosas para ROSA

Esta semana faleceu Rosa Lobato Faria. O panorama cultural português ficou empobrecido. Mas as suas palavras ficarão na memória de muitos.
A nossa homenagem: rosas para Rosa.



Todos conhecem as suas palavras se não em livros pelo menos num poema musicado e interpretado por Sara Tavares: Chamar a música…



Vamos relembrar!

Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr a prova a minha voz
Numa trova só para nós

Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor de amor amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão vou compor uma canção

Chamar a música, a música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento do deserto
Acordado em mim
Chamar a música, a música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música...

Esta noite não quero a TV
Nem a folha de um jornal
Banal que ninguém lê
vou chamar a música
Murmurar o madrigal
Inventar um ritual
Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim



“Rosa Lobato de Faria, senhora de uma personalidade bastante forte, impunha-se pelo seu porte distintíssimo e pelo espírito perfeccionista que punha em todos os seus trabalhos, era uma das escritoras e actrizes que será sempre lembrada pelos seus papéis em novelas e por ter escrito letras de músicas para vários cantores.”Faleceu no passado dia 2 de Fevereiro esta escritora e actriz. Tinha 77 anos e uma vida recheada de êxitos e intervenções no panorama cultural português.
Como actriz colaborou em várias séries televisivas:
1987 - Cobardias,
1988 - A Mala de Cartão,
1992 - Crónica do Tempo,
1992 - Os Melhores Anos),
1987 - Humor de Perdição,

1990 - Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça,
2002 - A Minha Sogra é uma Bruxa,
2006 - Aqui Não Há Quem Viva

Participou em várias telenovelas:
1982 - Vila Faia,
1983 - Origens,
2004 - Só Gosto de Ti,
2005 - Ninguém como Tu.

Também foi autora dos textos de:
Humor de Perdição (1987),
Passerelle (1988),
Pisca-Pisca (1989),
Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça (1990),
Telhados de Vidro (1994) e
Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995).


No cinema, sob a direcção de João Botelho, participou em Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003), nos filmes de Lauro António, Paisagem Sem Barcos (1983) e O Vestido Cor de Fogo (1986) e no de Monique Rutler, Jogo de Mão (1984).


Começou a publicar já numa fase tardia da sua vida. Das suas obras literárias destaca-se:
O Pranto de Lúcifer (1995),
Os Pássaros de Seda (1996),
Os Três Casamentos de Camila (1997),
Romance de Cordélia (1998),
O Prenúncio das Águas (1999),
A Trança de Inês (2001),
O Sétimo Véu (2003),
Os Linhos da Avó (2004) e A Flor do Sal (2005)
Para além disto publicou contos infantis:
A Erva Milagrosa,
As Quatro Portas do Céu e
Histórias de Muitas Cores





Quanto à poesia, salienta-se:

A Gaveta de Baixo, Poemas Escolhidos e Dispersos. Foi, ainda,autora de poemas destinados a serem musicados como Amor de Água Fresca, Baunilha e Chocolate, Antes do Adeus e Chamar a Música, que transcrevemos no início deste post.


No nosso coração... nas nossas leituras. E neste Adeus, enquanto o amor correr como água fresca chamaremos a música... e a Rosa ouvir-nos-á!