domingo, 7 de fevereiro de 2010

Rosas para ROSA

Esta semana faleceu Rosa Lobato Faria. O panorama cultural português ficou empobrecido. Mas as suas palavras ficarão na memória de muitos.
A nossa homenagem: rosas para Rosa.



Todos conhecem as suas palavras se não em livros pelo menos num poema musicado e interpretado por Sara Tavares: Chamar a música…



Vamos relembrar!

Esta noite vou ficar assim
Prisioneira desse olhar
De mel pousado em mim
Vou chamar a música
Pôr a prova a minha voz
Numa trova só para nós

Esta noite vou beber licor
Como um filtro redentor de amor amor, amor
Vou chamar a música
Vou pegar na tua mão vou compor uma canção

Chamar a música, a música
Tê-la aqui tão perto
Como o vento do deserto
Acordado em mim
Chamar a música, a música
Musa dos meus temas
Nesta noite de açucenas
Abraçar-te apenas
É chamar a música...

Esta noite não quero a TV
Nem a folha de um jornal
Banal que ninguém lê
vou chamar a música
Murmurar o madrigal
Inventar um ritual
Esta noite vou servir um chá
Feito de ervas e jasmim
E aromas que não há
Vou chamar a música
Encontrar à flor de mim
Um poema de cetim



“Rosa Lobato de Faria, senhora de uma personalidade bastante forte, impunha-se pelo seu porte distintíssimo e pelo espírito perfeccionista que punha em todos os seus trabalhos, era uma das escritoras e actrizes que será sempre lembrada pelos seus papéis em novelas e por ter escrito letras de músicas para vários cantores.”Faleceu no passado dia 2 de Fevereiro esta escritora e actriz. Tinha 77 anos e uma vida recheada de êxitos e intervenções no panorama cultural português.
Como actriz colaborou em várias séries televisivas:
1987 - Cobardias,
1988 - A Mala de Cartão,
1992 - Crónica do Tempo,
1992 - Os Melhores Anos),
1987 - Humor de Perdição,

1990 - Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça,
2002 - A Minha Sogra é uma Bruxa,
2006 - Aqui Não Há Quem Viva

Participou em várias telenovelas:
1982 - Vila Faia,
1983 - Origens,
2004 - Só Gosto de Ti,
2005 - Ninguém como Tu.

Também foi autora dos textos de:
Humor de Perdição (1987),
Passerelle (1988),
Pisca-Pisca (1989),
Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça (1990),
Telhados de Vidro (1994) e
Tudo ao Molho e Fé em Deus (1995).


No cinema, sob a direcção de João Botelho, participou em Tráfico (1998) e A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos Estados Unidos da América (2003), nos filmes de Lauro António, Paisagem Sem Barcos (1983) e O Vestido Cor de Fogo (1986) e no de Monique Rutler, Jogo de Mão (1984).


Começou a publicar já numa fase tardia da sua vida. Das suas obras literárias destaca-se:
O Pranto de Lúcifer (1995),
Os Pássaros de Seda (1996),
Os Três Casamentos de Camila (1997),
Romance de Cordélia (1998),
O Prenúncio das Águas (1999),
A Trança de Inês (2001),
O Sétimo Véu (2003),
Os Linhos da Avó (2004) e A Flor do Sal (2005)
Para além disto publicou contos infantis:
A Erva Milagrosa,
As Quatro Portas do Céu e
Histórias de Muitas Cores





Quanto à poesia, salienta-se:

A Gaveta de Baixo, Poemas Escolhidos e Dispersos. Foi, ainda,autora de poemas destinados a serem musicados como Amor de Água Fresca, Baunilha e Chocolate, Antes do Adeus e Chamar a Música, que transcrevemos no início deste post.


No nosso coração... nas nossas leituras. E neste Adeus, enquanto o amor correr como água fresca chamaremos a música... e a Rosa ouvir-nos-á!

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