
HOLOCAUSTO
As Outras Histórias
12
27 de janeiro - Dia Internacional em Memória das vítimas do Holocausto
Os Outros Prisioneiros dos Campos de Concentração Nazis
Nos muitos campos de concentração e de trabalho forçado nazis, além dos judeus, havia prisioneiros de outras procedências étnicas e religiosas, políticos e outros. Os prisioneiros usavam triângulos coloridos nos casacos para que os oficiais e guardas do campo pudessem identificar e distinguir os diferentes grupos.
Presos políticos: vermelho; criminosos comuns: verde; imigrantes estrangeiros: azul; roxo: objetores de consciência - Testemunhas de Jeová; cor-de-rosa: homossexuais; preto: associais, doentes mentais, lésbicas; castanho: ciganos.
As letras indicavam a nacionalidade. Por exemplo: P para polaco, SU para soviético e F para francês.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulos_do_Holocausto
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-eram-os-triangulos-do-holocausto.phtml
https://lemad.fflch.usp.br/node/5275
Os Prisioneiros Políticos
Os prisioneiros políticos (entre eles, comunistas, socialistas, sindicalistas, liberais, social-democratas, anarquistas e maçons e ativistas da Resistência) usavam um triângulo vermelho. O número total de mortos nos campos foi elevado mas indeterminado, pela destruição parcial de arquivos pelos nazis.
O primeiro campo de concentração nazi foi Dachau, construído em 1933 para punir por trabalho forçado, fome, tortura doenças e violência os opositores ao regime. Tornou-se depois um modelo para a construção de outros campos, e treino para os soldados e oficiais alemães, passando a ser utilizado para o extermínio dos deficientes físicos e mentais e, por fim, dos judeus.
Estima-se que milhões de pessoas tenham morrido em campos de concentração nazis. O maior campo de concentração foi Auschwitz, na Polónia.


https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/campos-concentracao.htm
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/prisoners-of-the-camps
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/nazi-camp-system
Os Prisioneiros Políticos - A Igreja Católica da Polónia
O historiador Richard J. Evans escreveu que a Igreja Católica foi a instituição que, "mais do que qualquer outro, apoiou a identidade nacional polaca ao longo dos séculos".
Por isso, a Igreja Católica na Polónia foi brutalmente reprimida pelos nazis durante a Ocupação alemã da Polónia (1939-1945) com as igrejas sistematicamente fechadas e a maioria dos sacerdotes mortos, presos ou deportados.
Em toda a Polónia, milhares de sacerdotes morreram em prisões e campos de concentração. Usavam um P roxo.
Milhares de mosteiros e igrejas foram confiscados, fechados ou destruídos; e inestimáveis obras de arte sacra e objetos sagrados foram perdidos para sempre. Pelo menos 1811 representantes do clero polaco morreram em campos de concentração nazis. Aproximadamente 3000 sacerdotes foram mortos no total. Nos planos de Hitler de germanizar o Leste Europeu não havia lugar para a Igreja Católica ou para os "racialmente inferiores" polacos.
Após a rendição polaca, o Estado Secreto Polaco e o Armia Krajowa (Exército interno), leais ao governo polaco no exílio, resistiram à ocupação nazi. Apesar da perseguição, os sacerdotes católicos pregavam espírito nacional e incentivavam a resistência em toda a Polónia, e a Resistência estava cheia de membros do clero. Milhares de polacos foram honrados como Justos Entre as Nações por ajudar os judeus - o maior contingente nacional - entre eles, centenas de clérigos e freiras.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Persegui%C3%A7%C3%A3o_nazista_%C3%A0_Igreja_Cat%C3%B3lica_na_Pol%C3%B4nia

Execução pública de sacerdotes e civis poloneses na Antiga Praça do Mercado, em Bydgoszcz, em 9 de setembro de 1939
Objetores de Consciência
As Testemunhas de Jeová
As Testemunhas de Jeová e outros objetores de consciência por motivos religiosos usavam um triângulo roxo.
As Testemunhas de Jeová alemãs negaram-se a participar no esforço de guerra da Alemanha nazi. A 1 de abril de 1935 as autoridades alemãs declararam ilegal este grupo religioso de denominação cristã, aprisionando mais de 8000 pessoas, homens e mulheres, jovens e idosos.
A estes prisioneiros foi dada a possibilidade de libertação caso renegassem a sua fé, bastando assinar um termo declarando que serviriam a Adolf Hitler, Contudo, a quase totalidade das Testemunhas de Jeová recusou. Por causa disso, viram os seus bens e empresas confiscados ou destruídos, e os seus filhos menores entregues a famílias subservientes do regime nazi.
Pelo menos 400 Testemunhas de Jeová morreram em prisões (por tortura ou execução sumária) na Alemanha ou nos países ocupados pela Alemanha. Muitas morreram em campos de concentração, onde foram sujeitas a trabalho forçado, violência, fome, frio, doenças, experiências médicas, exaustão ou execução.
No total, das 20 000 Testemunhas de Jeová que viviam na Alemanha durante o período nazista, cerca de 10 000 sofreram restrições em seus direitos civis, sendo que mais de 6000 foram presas e mais de 2000 foram mortas. Um número desconhecido teve de fugir da Alemanha.
Campos de Concentração onde foram presas ou morreram: Auschwitz, Buchenwald, Dachau, Flossenbürg, Mauthausen, Neuengamme, Niederhagen, Ravensbrück e Sachsenhausen.
https://www.jw.org/pt-pt/testemunhas-de-jeova/perguntas-frequentes/testemunhas-jeova-holocausto-factos-campo-concentracao/


https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/prisoners-of-the-camps

https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=szMsiNbBad4
https://magis.agej.com.br/triangulos-roxos-no-holocausto-a-objecao-de-consciencia-das-testemunhas-de-jeova-ao-regime-nazista/
O caso de Martin Niemöller
Martin Niemöller (1892–1984) foi um conhecido pastor luterano na Alemanha. Na década de 1920 e início da de 1930, ele simpatizava com muitas das ideias nazis e apoiava movimentos políticos radicais de extrema direita. Mas, depois de Adolf Hitler chegar ao poder em 1933, Niemöller tornou-se um crítico ferrenho da interferência de Hitler nas igrejas protestantes. Ele passou os últimos oito anos do governo nazi, de 1937 a 1945, em prisões e campos de concentração.
Depois do final da guerra Niemöller falou abertamente sobre sua própria cumplicidade inicial com o nazismo e posterior mudança de opinião. As suas palavras poderosas sobre culpa e responsabilidade (assumindo a sua própria culpa e tentando que os alemães assumissem as suas responsabilidades), ainda ressoam nos dias de hoje. É dele a famosa mensagem:
“Primeiro eles vieram buscar os socialistas, e eu fiquei calado—porque não era socialista.
Então, vieram buscar os sindicalistas, e eu fiquei calado —porque não era sindicalista.
Em seguida, vieram buscar os judeus, e eu fiquei calado —porque não era judeu.
Foi então que eles me vieram buscar, e já não havia mais ninguém para me defender."
Esta mensagem circula em várias versões por ele a ter adaptado ao seu público nas palestras que fez a partir de 1946, incluindo outras vítimas da perseguição nazi.

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/martin-niemoeller-first-they-came-for-the-socialists
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-role-of-clergy-and-church-leaders?parent=pt-br%2F271
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/prisoners-of-the-camps
Porrajmos - o Holocausto Cigano
Vinte e três mil ciganos alemães e austríacos foram prisioneiros em Auschwitz. Usavam o triângulo castanho.
Cerca de 20 000 deles foram mortos naquele local. Homens, mulheres e crianças ciganas eram confinados num campo separado. Na noite de 2 de agosto de 1944, um grande grupo foi executado em câmaras de gás durante a destruição do "campo para famílias ciganas". Aproximadamente 3000 pessoas foram mortas, a maioria delas mulheres e crianças.
Parte dos homens foram enviados para campos de trabalhos escravo na Alemanha, onde muitos morreram. Centenas de milhares de ciganos de toda a Europa ocupada pelos alemães foram mortos nos campos de concentração através de trabalho forçado, terríveis experiências pseudocientíficas, eutanásia, fuzilamento e gás, e fora dos campos, pelos esquadrões móveis de extermínio.
Calcula-se que o número seja cerca de 500 000 mortos.


https://www.embaixadacigana.org.br/porrajmos_holocausto_cigano.html
Preguiçosos e Associais
Segundo o Museu do Holocausto, o triângulo negro era utilizado para simbolizar os "Associais", que poderiam ser pedintes, alcoólatras, moradores de rua e pessoas que se opusessem à guerra. Pessoas roma e sinti (etnias ciganas) também eram classificadas como associais e marcadas com o triângulo negro. Essa perseguição levou ao extermínio de aproximadamente 50% da população romani da Europa.
O campo de concentração de Ravensbrück era só para mulheres. Várias internas eram judias, mas elas não eram maioria. Havia prisioneiras políticas, ativistas, ciganas, doentes mentais ou as chamadas "associais" – prostitutas, lésbicas e quaisquer outras mulheres consideradas "inúteis" pela doutrina nazi.
"Assim como Auschwitz foi a capital do crime contra os judeus, Ravensbrück foi a capital do crime contra as mulheres", afirma Sarah Helm, autora do livro "Se isto é uma mulher" (Editorial Presença, 2015).
"Estamos a falar de crimes específicos de género, como abortos forçados, esterilização, prostituição forçada. É uma parte crucial da história das atrocidades nazis."
Só neste campo foram mortas c. de 6000 mulheres.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tri%C3%A2ngulos_do_Holocausto
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/150126_campo_concentracao_mulheres_cc


Homossexuais
Os homossexuais eram enviados para campos de concentração como forma de punição. Eles não foram objeto de extermínio sistemático mas, devido às condições em que viviam, muitos morreram por inanição, doenças, exaustão e também como resultado dos atos de violência que sofriam nos campos. Usavam o triângulo cor-de-rosa.
O regime nazi pretendia a eliminação de todas as manifestações de homossexualidade na Alemanha. Os homens eram presos por denúncia, batidas policiais e com base em informações obtidas durante interrogatórios de outros homossexuais. Os presos eram presumidos culpados e submetidos a interrogatórios e torturas severas para obter uma confissão.
Entre 1933 e 1945, estima-se que 100 000 homens tenham sido presos por homossexualidade; cerca de 50 000 deles foram condenados por tribunais civis, de 6400 a 7000 por militares e um número desconhecido por tribunais especiais. A maioria desses homens cumpriu pena em prisões comuns, e entre 5000 e 6000 foram encarcerados em campos de concentração. A taxa de mortalidade desses prisioneiros foi estimada em 60%.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexuais_na_Alemanha_Nazista
https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/gay-men-under-the-nazi-regime

Criminosos
Entre os enviados para os campos de concentração estavam os criminosos comuns, que não eram necessariamente perseguidos pelo discurso totalitário do Partido Nazi, mas eram vistos como ameaças ao funcionamento integral da sociedade. Por isso, eram tratados como qualquer criminoso digno do isolamento nos campos. Para essas pessoas, eram usados os triângulos verdes.
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-eram-os-triangulos-do-holocausto.phtml

Imigrantes Estrangeiros
O azul era a marca do triângulo que os nazis aplicavam para identificar imigrantes não germânicos que entraram no Reich ou foram capturados em regiões ocupadas pelo Império. Um dos principais alvos desse triângulo foram os refugiados e prisioneiros que tinham escapado da Guerra Civil Espanhola e foram para a França dominada pelos nazis em 1940. Declarados apátridas, esses imigrantes costumavam ir para campos de trabalho e, depois, eram deportados.
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-eram-os-triangulos-do-holocausto.phtml

Portugueses nos Campos de Concentração Nazis
Portugal adotou uma posição neutral durante a Segunda Guerra Mundial, mas nem todos os seus cidadãos se mantiveram à margem do conflito.
Ao mesmo tempo que, no território nacional, se desenvolviam as contradições de uma política espartilhada entre alguma simpatia por Adolf Hitler e a antiga amizade com Inglaterra, com Salazar a fazer tudo para manter o país fora do conflito, os portugueses que tinham emigrado para França sentiam na pele os efeitos da ocupação, dos bombardeamentos e das prisões.
Enquanto Lisboa era solo fértil para os espiões, e os refugiados que conseguiam ultrapassar os entraves da política salazarista aguardavam por um barco que os levaria para outros destinos, havia portugueses a juntarem-se à Resistência ou a serem apanhados em buscas a aldeias francesas, que culminavam na detenção de todos os homens que não fossem jovens ou velhos demais para trabalhar a favor do esforço de guerra alemão.
Enquanto Portugal era palco de trocas de prisioneiros de guerra, alguns portugueses desapareciam no sistema de campos de concentração nazis. "Portugueses nos campos de concentração nazis" é uma investigação premiada de Patrícia Carvalho (Ed. Vogais, 2015)
Baruch Leão Lopes de Laguna, um dos grandes pintores da escola holandesa do século XIX, judeu de origem portuguesa, morreu em 1943 no campo de concentração de Auschwitz. Não foi o único, com ele desapareceram 4 mil judeus de origem portuguesa na Holanda, que acabaram nas câmaras de gás. No memorial do campo de Bergen-Belsen consta o nome de 21 portugueses deportados de Salónica, entre estes Porper Colomar e Richard Lopes que não sobreviveram. Em França, José Brito Mendes arrisca a sua vida, escondendo a pequena Cecile, cujos pais judeus são deportados para os campos da morte. Uma história de coragem e humanismo no meio da atrocidade. Em Viena, a infanta Maria Adelaide de Bragança também não ficou indiferente ao sofrimento, e não hesitou em ajudar a resistência nomeadamente no cuidado dos feridos, no transporte de armas e mantimentos, tendo sido presa pela Gestapo. Uma excelente investigação histórica de Esther Mucznik, editora A Esfera dos Livros, 2012.
https://acervo.publico.pt/revista2/portugueses-nos-campos-de-concentracao



https://www.publico.pt/2012/08/10/jornal/o-holocausto-passou-por-aqui-24963161
Infographic by: BE do AE da Guia
Fontes: adaptação de textos da internet citadas no infográfico
Prisioneiros de Guerra
Na II Guerra Mundial, os soldados soviéticos foram capturados e mortos no local ou levados pelos alemães para campos de trabalhos forçados.
Entre 22 de junho de 1941 e 9 de maio de 1945, mais de três milhões de prisioneiros de guerra soviéticos morreram sob custódia alemã. A maioria morreu de fome, doenças e exposição a condições climáticas extremas; outras dezenas de milhares foram mortos a tiro por serem considerados comunistas, judeus e “asiáticos”.


https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/prisoners-of-the-camps